GESTÃO DO CONHECIMENTO 

 (CONCEPÇÃO E CONCEITOS)

                                                                           Jayme Teixeira Filho

1. CONCEITOS BÁSICOS

A Gestão do Conhecimento ( Knowledge Management, KM ou simplesmente GC) é uma área nova na confluência entre tecnologia da informação e gestão empresarial, um novo campo que envolve a estratégia, a cultura e os sistemas de informação de uma organização. Com o enfoque da Gestão do Conhecimento, começa-se a rever a empresa, suas estratégias, sua estrutura e sua cultura.

Isso se dá num ambiente altamente competitivo, onde a rápida globalização da economia e as melhorias nos transportes e comunicações dão aos consumidores uma gama de opções sem precedentes. Pressões sobre os preços não deixam margem para ineficiência. O ciclo de desenvolvimento de novos produtos e cada vez mais curto. As empresas precisam de qualidade, valor agregado, serviço, inovação, flexibilidade, agilidade e velocidade de forma cada vez mais crítica.

As empresas tendem a se diferenciar pelo que elas sabem, pelo que elas inovam  e pela forma como conseguem usar esse conhecimento. Numa economia global, o conhecimento torna-se a maior vantagem competitiva de uma organização

O interesse pelo conhecimento nas empresas (ou capital intelectual) começou com a constatação de que o valor de mercado de diversas empresas (Microsoft, Apple, Amazon.com, Yahoo!, Skandia, Nike, Benneton, America On Line, entre diversas outras) é muito maior do que o valor do seu patrimônio físico (instalações, equipamentos, etc.).

O valor total das ações dessas empresas incorpora dados "intangíveis" tais como: o valor das marcas, as patentes, a capacidade de inovação, o talento dos funcionários, as suas relações com seus clientes, entre outros fatores.

As empresas se voltaram para a Gestão do Conhecimento no intuito de entender, organizar, controlar e lucrar com esse valor intangível (o conhecimento).

2. CONHECIMENTO TÁCITO E EXPLÍCITO

Há um conceito central — que a maioria dos outros autores usa — do livro de Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi, "Criação do conhecimento na empresa", que é o do conhecimento tácito versus o conhecimento explícito.

O conhecimento tácito e aquele que as pessoas possuem, mas não está descrito em nenhum lugar, residindo apenas em suas cabeças.

O conhecimento explícito é aquele que está registrado de alguma forma, e assim disponível para as demais pessoas.

 

3. ESPIRAL DO CONHECIMENTO

Muito do que é feito então em Gestão do Conhecimento tem por base essas sucessivas passagens de conhecimento tácito para explícito, e vice-versa, na chamada "espiral do conhecimento". Muito do que a Tecnologia de Informação (TI) e a área de Gestão de Pessoas têm feito nessa linha é facilitar e organizar esses processos de conversão de conhecimento.

 

4. DOWNSIZING

O downsizing é uma técnica administrativa que consiste na redução dos níveis hierárquicos, em especial, na gerência média, buscando desburocratizar e flexibilizar as atividades, reduzir custos, agilizar a tomada de decisão e melhorar a comunicação na empresa. Essa técnica induz uma redistribuição do poder na empresa, com uma maior descentralização da ação decisória, forçando as pessoas a participar mais diretamente do processo de tomada de decisão e a ter maior autonomia.

 (OBS:- Ficar atento para outro conceito de Downsizing discutido em sala de aulas)

5. EMPOWERMENT

O empowerment é uma abordagem fortemente baseada na descentralização das decisões, na participação ativa das pessoas nos processos de trabalho e na autonomia para a ação em todos os níveis da empresa.

Segundo Park, envolve

a. delegar poder e responsabilidades,

b. manter a auto-estima dos funcionários elevada,

c. ouvir e esclarecer com empatia as duvidas e sugestões de todos os membros da organização,

d. buscar nos funcionários soluções e sugestões para os problemas organizacionais,

e. apoiar as iniciativas e idéias das pessoas quando essas forem coerentes com os objetivos da empresa,

 f. deixar que as pessoas gerenciem seu comportamento e nível de produtividade, e

g. criar equipes de trabalho autônomas e integradas".

 

6. CAPITAL INTELECTUAL

Não é novidade dizer que o talento das pessoas que trabalham na organização é a vantagem competitiva definitiva. Por muitas vias se chega novamente ao fator humano nas organizações. O conhecimento coletivo — sobre o negócio, a concorrência, os clientes, a tecnologia e assim por diante — está se tornando a última fronteira da excelência empresarial. Sempre que se fala sobre "capital intelectual", "inteligência competitiva" ou "gestão do conhecimento", acaba-se discutindo o papel dos recursos humanos — cada vez mais seres humanos do que apenas "recursos" humanos nas organizações.

O tangível esta cedendo lugar ao intangível. Para perceber essa tendência, e útil analisar exemplos recentes de mercado, para entender como está a relação entre o valor real da empresa (sua capacidade de gerar riqueza) e o patrimônio liquido que está contabilizado no seu balanço patrimonial. Lief Edvinson costuma citar ern seus artigos o caso da Microsoft, em que essa relação chega a ser de cem para um: 99% do valor de uma das mais importantes empresas do mundo não esta situado no campo do tangível

A Gestão do Conhecimento está ainda no seu inicio Muitas empresas começam a se voltar para essa abordagem, mas poucas estão saindo do plano das idéias e percepções, para o da ação concreta. Isso, no entanto, é uma tendência clara. Estamos, porém, ainda longe, na imensa maioria das empresas, do momento histórico em que o conhecimento (os ativos intangíveis) terá status, com equipe dedicada e estrutura de recursos para sua gestão. No entanto, cada vez mais as empresas começam a se preocupar com a diferença entre o seu valor real e o seu valor contábil.

  

FONTE: GERENCIANDO O CONHECIMENTO - Jayme Teixeira Filho,    Editora SENAC