MEDIÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL Radar do Capital Intelectual MARCOS LUIS WAGNER ANÁLISE DOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Radar do Capital Intelectual A avaliação da aquisição e uso dos ativos do conhecimento, como o capital intelectual, desperta grande interesse e ao mesmo tempo muitas descrenças. O capital intelectual, segundo alguns autores, pode ser dividido em: (1) capital humano, (2) capital estrutural e (3) capital do cliente. Esses ativos são o reflexo dos ativos do conhecimento de uma empresa. Sabe-se que o intercâmbio se inicia com o capital humano, elo entre o capital estrutural e dos clientes. O capital humano de uma empresa é o motivo pelo qual os clientes não procuram os concorrentes. O capital humano é a fonte de inovação e renovação. O capital humano está vinculado, em um primeiro momento, ao capital interno, uma vez que para ocorrer o compartilhamento e a transmissão do conhecimento são necessários os capitais estruturais, tais como: foco gerencial, tecnologia, sistema de informações, e, em um segundo momento, o capital externo, pois o compartilhamento e a transmissão do conhecimento ocorrerá de forma máxima junto ao cliente, manifestando-se, especialmente pelo aprendizado mútuo, o acesso e a confiança recíproca. Como medidas do capital humano, pode-se considerar a inovação; a atitude dos funcionários; a posição, rotatividade, experiência e aprendizado dos colaboradores. Existem várias formas de acompanhar a inovação, uma delas é registrar o percentual das vendas que é atribuído a novos produtos ou serviços. Estudos mostram uma forte relação entre as atitudes dos funcionários e as atitudes dos clientes – indícios de interação entre capital humano e capital do cliente. No entanto, para que os levantamentos de atitudes de funcionários sejam úteis como indicadores do capital humano, é necessário que eles reúnam dados estruturados, como, por exemplo, em uma escala de zero a dez. Em questão à posição, rotatividade, experiência e aprendizado, é necessário se manter um estoque de funcionários competentes e qualificados. Tanto a juventude como a experiência têm suas vantagens. A juventude apresenta o vigor necessário para impulsionar o crescimento de uma organização e os mais experientes detém o conhecimento necessário para que o vigor dos jovens seja aplicado corretamente. Portanto, é importante ter um grupo heterogêneo. Para se medir o capital estrutural, Thomas Stewart, estudioso da Gestão do Conhecimento, propõe a avaliação dos estoques de conhecimento; a rotatividade do capital de giro, que demonstra quanto dinheiro foi comprometido para gerar a receita de vendas; a avaliação da administração; e a avaliação da lentidão burocrática, que verifica se os sistemas da empresa estão se interpondo entre o pessoal. No capital do cliente, pode-se usar a satisfação do cliente como medida. Deve-se atentar para que essa pesquisa sirva efetivamente para verificar tal satisfação, e não como forma de monitorar os funcionários. Também podem ser usadas a avaliação de alianças e a lealdade dos clientes. “Os clientes são os ativos mais importantes de uma empresa”. Ter clientes leais pode ser uma característica decisiva em uma economia competitiva. Outro item de grande importância no radar desenvolvido por Thomas Stewart é a razão valor de mercado/valor contábil. RADAR DO CAPITAL INTELECTUAL (Obs.: Se a imagem não estiver legível consultar apontamentos dados em sala de aulas) O radar é um gráfico que, neste caso, é de uma empresa imaginária, criada pelo autor e usa três indicadores para cada um dos capitais: capital humano, estrutural e de clientes.
Figura 1- Radar do Capital Intelectual
Fonte: Thomas Stewart Em cada uma das escalas, a meta que a empresa pretende atingir é colocada na extremidade externa do círculo. Em seguida, traça-se a posição da empresa em cada escala. Então, ligam-se os pontos traçados, formando, assim, um polígono irregular. A parte interior do polígono mostra a atual situação da empresa. E a parte externa, o que falta para a organização atingir suas metas. Esse exemplo de radar tem um total de dez escalas. No entanto, cada empresa pode utilizar quantas escalas achar necessário. Thomas Stewart aconselha manter a simplicidade, escolhendo poucas medidas para cada um dos capitais, além de uma medida do todo. O gráfico radar, apresentado na figura 1, destaca a necessidade e a importância das organizações optarem por um painel simplificado, visto que a disposição de muitas medidas faz com que o navegador fique repleto de informações, que podem não ser relevantes para a organização, e, por isso, prejudicar a visualização do desempenho organizacional. Na elaboração de indicadores para o Radar do Capital Intelectual, deve-se avaliar o que é estrategicamente importante e avaliar as atividades que produzem riqueza intelectual. Portanto, é fundamental que a organização selecione com cautela os indicadores que devem fazer parte do gráfico, caso contrário, se o gráfico tiver informações demais, além de lotar o painel do radar, corre-se o risco de dar ênfase ao que não é importante. CAPITAL INTELECTUAL NOVAS MEDIÇÕES
METÁFORA DA ÁRVORE Faisal Medeiros Awad, Daniel Vinícius Demarchi e Nadia Mar Bogoni - Universidade de Passo Fundo - Modelo de Navegador de Stewart: um estudo em uma Instituição
de Ensino Superior (IES)
INTRODUÇÃO Pode-se dizer que uma organização é o
reflexo dos indivíduos que a compõem, com seus filtros, saberes e história de
vida de cada um dos seus colaboradores. Organizações são sistemas abertos e, por isso, sofrem
influência do meio, mas também o influencia, então, o que determina os níveis
de sucesso ou fracasso de uma empresa são a priori, seu capital intelectual,
dentro de suas três dimensões, (1) capital humano, (2) estrutural e (3) cliente, e a forma
como a organização se utiliza disso para interagir com o mercado. A gestão do capital intelectual é como um oceano recém descoberto, que ainda não consta no mapa, e poucos executivos entendem suas dimensões ou sabem como navegá-lo. O
capital intelectual é o conhecimento útil na organização. A melhor
maneira de compreender o que significa capital intelectual talvez seja
por
meio de uma metáfora. Se considerarmos, então, que uma empresa é um
organismo
vivo podemos relacioná-lo com uma árvore. A figura 1 se apresenta como base para elucidar essa
perspectiva. As partes visíveis da árvore, tronco, galhos, folhas podem ser
comparados aos relatórios anuais, demonstrativos financeiros, notas
explicativas, organogramas e outros documentos que procuram dar a posição
econômico-financeira de uma empresa. O fruto gerado pela árvore representa os lucros e os produtos
da empresa. As raízes, que se encontram abaixo da superfície terrestre
representam o valor oculto, o capital intelectual, que se encontra na parte
invisível da empresa. “Para que a árvore floresça e produza bons frutos, ela
precisa ser alimentada por raízes fortes e sadias.”
A metáfora do capital intelectual realizado através da árvore, demonstra o quanto
uma organização necessita de recursos (raízes) sadios que a fortaleçam e a
tornem diferente, já que levam em consideração que a gestão dos ativos
intangíveis dentro de uma organização é de extrema importância tanto quanto os
recursos materiais. |